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Uma viagem ao mundo de Gulliver

Um projeto para celebrar o milênio em Londres: uma obra no mundo filosófico e imaginário das viagens de Gulliver


Date:
25 Novembro 2020
Ano :
1996 - 2000
Localização :
Estação de North Greenwich, Londres

Em 1996, a agente artística britânica Vivien Lovell e PACA pediram que fizéssemos o design de um projeto para celebrar a chegada do milênio na estação North Greenwich da linha Jubilee, em Londres.
Com o milênio se aproximando, deveríamos desenvolver um projeto forte e conectado à relatividade do tempo e das ideias. Imaginamos então, como expressar os direitos humanos no país de Gulliver, a partir do livro “As viagens de Gulliver” de Jonathan Swift.

O projeto deveria ser realizado em um espaço vazio, sem construções anteriores: a localização da estação foi escolhida em função do alinhamento de duas linhas atravessando o Tâmisa, entre a Canary Wharf e a Canning Town. A concepção arquitetônica da estação já estava bem desenvolvida pelo arquiteto Will Alsop, com o qual entramos em contato. Ele nos sugeriu trabalhar com um muro específico situado em uma das plataformas da estação.

Depois de mais de dois mil anos, os seres humanos seguem em busca da melhor maneira de viver juntos, em teoria e na prática. Diferentes conceitos foram elaborados, mas seguimos sempre nessa busca e é difícil saber o que virá em seguida.

Nossa proposta sobre as viagens de Gulliver e os direitos humanos deve permitir conceber e expressar esses conceitos nos quatro países visitados por Gulliver. O livro de J. Swift está dividido em quatro capítulos, dos quais é possível extrair quatro reflexões que servirão como representações dos direitos humanos.

Em função do estilo arquitetural, propusemos a criação de uma escultura monumental composta de quatro grandes painéis de vidro e atrás deles seriam construídas em diversos materiais (alumínio, objetos, motores, textos e luzes) as quatro representações dos países visitados por Gulliver.

É possível imaginar que como espectador da obra somos Gulliver. A obra de arte representa os diferentes lugares para onde Gulliver viajou. Ao observá-la, descobrimos a escala temporal e espacial assim como os deslocamentos no tempo e espaço das sociedades imaginárias.

1- No país de Lilliput, as pessoas escrevem um texto com a fonte muito pequena para ser lida, para que nos sintamos como Gulliver, um gigante.

2- No país de Brobdingnag, ao contrário, nos sentimos muito pequenos, em frente a letras enormes, grandes demais para serem lidas.

3- No país de Balnibarbi, onde os universitários mudariam o texto de acordo com suas próprias ideias, vemos um texto que não contém nada além de substantivos…

4- No país de Houyhnhnms, os seres vivos são tão sábios que não precisam de direitos humanos!

O projeto não foi aceito porque Jonathan Swift não tinha origem inglesa. Desenvolvemos então outra proposta, ao redor do conceito de Utopia.

PARCEIROS E APOIO

Vivian Lovell
PACA – Public Art Commission Agency
Modus Operandi
Alsop Architects
Agosto Foundation

PATROCÍNIO

London Underground

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