As explorações, estação Parque
Estação de metrô dedicada aos direitos humanos e aos 3 séculos de história das explorações portuguesas ao redor do mundo
Date:
24 Novembro 2020
Ano :1994
Localização :Estação de metrô Parque, Lisboa
Essa obra na Estação Parque é a maior obra já realizada pela artista Françoise Schein e pela Associação Inscrire.
Encomendada pelo Metropolitano de Lisboa em 1992, é uma homenagem à epopeia marítima dos portugueses ao redor do mundo até o século XVI. Ela é composta de uma série de 50 cartografias que contam a história dessa jornada em conexão com os direitos humanos. A obra propõe um conjunto de contradições e questionamentos éticos.
Esses mapas monumentais cobrem a imensa abóbada de 20m de diâmetro, coberta de azulejos de 14x14cm, todos pintados à mão pela artista, pelos artesãos e pelos operários.
Para concluir a obra foi necessário um ano de vida compartilhada na fábrica de Viuva Lamego, perto de Lisboa. Viver e criar com os artesãos teve grande impacto no curso do trabalho da artista, que desenvolveu nesse momento a vontade de compartilhar a produção de suas obras.
A partir do livro do historiador Daniel Boorstin, Schein percorreu as viagens dos navegadores ao redor da Terra, transformando-as em obra de arte. Com a filósofa Ramona Naddaff, foi contada a história do nascimento da democracia na Grécia Antiga. Com o filósofo José Gil, ela preencheu a imensa abóbada com citações. Certas frases relembram também a música de um amor perdido, do compositor contemporâneo francês, Pascal Dusapin. Com a ajuda de engenheiros químicos da fábrica Viuva Lamego, Schein criou uma paleta de 16 azuis e verdes para submergir a estação nos mares do mundo.
Como criaturas marinhas, 200 pequenos desenhos semelhantes a hieróglifos se repetem através das obras e formam um conjunto rico e barroco, similar ao estilo Manuelino, que é reconhecido também nas colunas criadas pela artista Federica Matta.
Uma imensa galeria de mapas, linhas que se movimentam, imagens com muito a dizer, textos históricos, referências filosóficas, citações poéticas e literárias, abraçam o passageiro da estação e o levam para um universo onírico azul, onde as mãos de cada participante parecem com as tantas almas que o ajudam a embarcar em uma jornada longínqua.
Essa obra-catedral assinala o começo do trabalho internacional da Associação Inscrire no Brasil e no mundo.
EQUIPE
Françoise Schein, Artista
Federica Matta, Artista Convidada
Carole Fontaine, Assistente
Jacques Vansteenkiste, Engenheiro
Daniel Boorstin, Historiador
David Morão, Historiador
José Gil, Filósofo
Ramona Naddaff, Filósofa
Jorge Sanchez, Arquiteta
PARCEIROS E APOIO
Viúva Lamego, Fábrica de Azulejos
Rugo, Ateliê de Azulejos
Soconstroi, Construtora
STIB, Metrô de Bruxelas
José Manuel Consiglieri Pedroso, Presidente do metrô
PATROCÍNIO
Metropolitano de Lisboa