Skip links

Heinrich Heine em Westhafen

Estação de metrô dedicada aos direitos humanos através dos olhos do poeta e escritor alemão Heinrich Heine


Date:
24 Novembro 2020
Ano :
2000
Localização :
Westhafen Métro, Berlim, Alemanha

Westhafen é a estação de onde partiam todas as pessoas deportadas em direção aos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Dez anos depois da construção da estação Concorde em Paris, Inscrire iniciou o projeto de uma obra similar em Berlim. As duas cidades possuem uma pesada e complexa história em comum. É uma tarefa importante conectá-las conceitualmente.

No ano 2000, Barbara Reiter, filósofa alemã e Françoise Schein, artista parisiense, iniciaram a construção de uma obra monumental na estação Westhafen na região oeste de Berlim.
É uma instalação dedicada aos direitos humanos, vista através dos escritos do poeta alemão Heinrich Heine e cujo o design integra a questão da perda de identidade em função das numerosas migrações populacionais ao redor do mundo.

Haine viveu durante muito tempo na França, se mudou para lá em reação à política antissemita e racista de seu país. As duas protagonistas do projeto escolheram esse magnífico pequeno texto do autor e o inscreveram na estação alemã e francesa.

“Aqui, na França, assim que cheguei à Paris, traduziram meu nome alemão de Heinrich para Henri, fui obrigado a aceitar isso e eu mesmo passei a usar esse nome, porque a palavra Heinrich não convém ao ouvido francês, e em geral os frances acomodam todas as coisas do mundo de acordo com suas vontades. Jamais eles conseguiram pronunciar satisfatoriamente o nome Henri Heine e na maioria das vezes eu me chamava Monsieur Enri Enn; muitos uniam as duas palavras em uma só e diziam Enrienne, alguns me chamavam Monsieur Un Rien (Um Nada).”

“Ici, en France, aussitôt a mon arrivée à Paris, on a traduit mon nom allemand de Heinrich en celui d’Henri, je m’y suis accommodé, il l’a bien fallu, et j´ai pris moi-même ce nom, car le mot Heinrich ne convient pas à l’oreille française, et en général les Français disposent toutes les choses du monde à leurs aises. Jamais non plus ils n’ont su prononcer convenablement le nom de Henri Heine, et pour la plupart je m’appelle Monsieur Enri Enn; beaucoup réunissent les deux en un seul, et disent Enrienne, quelques-uns m’appelèrent Monsieur Un Rien.”

“Hier in Frankreich ist mir gleich nach meiner Ankuunft in Paris mein deutscher Name “Heinrich” in “Henri” übersetzt worden, und ich mußte mich darin schicken und auch endlich hierzulande selbst so nennen, da das Wort Heinrich dem französischen Ohr nicht zusagte und überhaupt die Franzosen sich alle Dinge in der Welt recht bequem machen. Auch den Namen “Henri Heine” haben sie nie recht aussprechen können, und bei den meisten heiße ich Mr. Enri Enn; von vielen wird dieses in ein Enrienne zusammengezogen, und einige nannten mit Mr. Un Rien.”

Essa desestruturação do nome moldou o design de toda a estação. Os diferentes nomes de Heinrich Heine se encontram todos como subtítulo ao nome da estação, Westhafen e desenhos de rostos fracionados acompanham as palavras.

Quatro imagens foram escolhidas para enriquecer o design e expressar o sentido de cada um dos 30 artigos: o ser livre, o ser escravo, o pássaro e o olho. Eles representam respectivamente: a liberdade de viver, a perda de todas as liberdades, a liberdade de movimento e a liberdade de consciência.

Em cada artigo uma palavra foi gravada em vermelho. O conjunto de palavras formam um poema a ser lido ao andar pela estação. A fonte escolhida para todo o projeto é Futura, criada pela Bauhaus e proibida pelo regime nazista.

Nas duas extremidades da estação, as últimas palavras de vítimas dos campos de concentração estão inscritas à mão.

EQUIPE

Barbara Reiter, Filósofa, Berlim
Françoise Schein, Artista, Paris
Carole Fontaine, Assistente, Paris
Jacques Vansteenkiste, Stib, Bruxelas
Kramer and Partners, Arquitetura, Berlim
Helwig Hassenpflug, Berlim
Heidrun Lammert, Berlim
Alisson Ruda, Berlim

PARCEIROS E APOIO

Lukes Meyer, Filósofo, Berlim
Peter Steinbach, Filósofo, Berlim
Joachim Ramminger, Designer do livro, Berlim
Klaus Wowereit, Prefeito da cidade de Berlim
Bertrand Delanoë, Prefeito da cidade de Paris
Aeroplastics Gallery, Bruxelas
Consulado da França em Berlim
Claus Matzner, Funcionário do BVG, Berlim
Doris von Drathen, Crítico de arte, Paris-Berlim
Buchtal, Empresa de cerâmica, Schwarzenfeld, Bavière

PATROCÍNIO

BVG, Métro de Berlin

DIREÇÃO

Barbara Reiter
Françoise Schein

VÍDEOS
PUBLICAÇÕES
LINKS